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Wait aí uma beca

A minha vida não é fácil

Wait aí uma beca

A minha vida não é fácil

30.Jan.18

Até ao fim da Europa

É preciso ser muita toni para acordar cedo num domingo e correr dezassete quilómetros, desde a vila de Sintra até ao cabo da Roca, pelo quarto ano consecutivo. E para agravar mais a situação, levava comigo poucas horas de sono, porque na noite anterior estive, num misto de trabalho e comemoração, a acompanhar a conquista da Taça da Liga por parte do Sporting. Quando comi as passas para desejar um Sporting campeão, não estava a pensar no campeão de Inverno.

O pré-corrida foi complicado. Bebi um café de fugida, porque a senhora ao balcão ao ser bastante solicitada recolhe a minha chávena ainda com líquido, e tive que resgatar a minha mochila à carrinha, que estava prestes a partir para a chegada, porque deixei lá o telemóvel. Nunca se sabe se durante a corrida não recebo uma chamada do motorista da Uber à minha procura.

Os primeiros quilómetros da corrida são sempre a subir, altura essa em que aproveito para ter um momento de introspeção, interrogando-me mais do que uma vez se não estaria melhor na cama a dormir. Há quem encontre gente conhecida durante a corrida e aproveita para por a conversa em dia. Durante a prova não encontrei nenhum conhecido suficientemente toni para andar metido nestas andanças. No primeiro ponto de entrega de água consegui receber uma garrafa mas depois não acertei no caixote do lixo.

Nos quilómetros finais encontrei o típico “velho”, um senhor que aparenta ter mais de sessenta anos mas que corre mais que muitos de vinte, e dei tudo para o ultrapassar. Aproveitei um momento em que ele foi distraído por alguém conhecido e arranquei sem nunca olhar para trás. No final consegui melhorar substancialmente o meu tempo em comparação com os anos anteriores. Para o ano faço a prova com uma direta em cima.

Enquanto esperava que o meu amigo terminasse a sua prova tirei umas fotos ao farol, orientei o senhor que estava de serviço no bengaleiro para encontrar a minha mochila e ainda avistei um Doumbia escandinavo, que provavelmente não era assim antes da prova. Quando vi o meu tempo oficial percebi de que tinha feito mais do que eu pensava. Estou a ponderar recorrer às imagens do VAR.

 

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24.Jan.18

Máquinas de lavar roupa, quem as não tem!

Olá, eu sou um toni e desde o mês passado que uso uma máquina de lavar roupa nova. Antigamente, no tempo da outra senhora máquina, bastava selecionar o programa B e a temperatura desejada, para duas horas mais tarde regressar para recolher a roupa. Agora são tantas as opções de lavagem que é possível demorar mais tempo a escolher do que a lavar.

São ao todo dezasseis, desde a lavagem rápida, lã, mista, eco, delicada, roupa de bebé, até uma especifica para roupa sport. Depois de uma leitura na diagonal do manual achei por bem arriscar numa mista (como a sandes), porque efetivamente havia uma grande mistura de roupa no cesto. Nunca mais arrisquei outro programa.

Também é preciso ter cuidado com as rotações. Se escolher uma lavagem com demasiadas rotações, irá gastar mais energia e até poderá fugir para o sítio onde as máquinas de lavar costumam ir.

No meu grupo de amigos houve também quem teve que comprar recentemente uma máquina de lavar roupa, e como adquiriram da mesma marca, acabam por sugerir programas e partilhar histórias de lavagens com um final feliz. Máquinas de lavar roupa agora também servem como desbloqueadores de conversa.

Já existem máquinas de lavar roupa que conseguem fazer dois ciclos ao mesmo tempo e em menos de uma hora, mas ainda não existe nenhuma à prova de tonis. Não deverá faltar muito para aparecer uma que alerte para o perigo da camisola de lã, que acabei de colocar, poder encolher e que exclame “Não sejas toino!” quando estiver a por as calças que comprei nos saldos, com grande potencial para tingir, juntamente com roupa branca.

 

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22.Jan.18

5 anos de Wait Aí Uma Beca

O blog está de parabéns, faz 5 anitos. Já consegue entender melhor os seus colegas (até os que têm sotaque), consegue realizar atividades em grupo (principalmente se for futebol) e já percebe que os outros também têm sentimentos (até Sócrates e Ricardo Salgado possuem algo do género).

Ainda não consegue distinguir o real do imaginário, pois acredita sempre que o Sporting pode ser campeão e não percebe o conceito de roubo, acreditando sempre que o árbitro erra porque é humano e tem sentimentos. Também não consegue distinguir se é de manhã, tarde ou noite porque trabalha por turnos e é complicado.

Não devo ter mais de 5 seguidores mas mesmo assim irei continuar a partilhar as minhas observações, as minhas corridas, as minhas viagens e os meus turnos. Nem a SuperNanny conseguirá me disciplinar.  

 

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16.Jan.18

Futebolês para tonis

Existem várias palavras e expressões utilizadas no mundo do futebol que precisam de ser descodificadas para o mais comum dos tonis:

 

Remate do meio da rua.

Ao atravessar a rua, o jogador percebe que não vem ninguém na faixa das bicicletas nem dos carrinhos e com toda a fé do mundo decide rematar.

 

Jogada de laboratório.

Jogada testada e certificada por laboratórios conceituados. Provavelmente um ou mais animais foram utilizados para realizar estas experiências.     

 

Pontapé de ressaca.

Devia ter passado a noite em casa mas não resistiu à abertura de uma discoteca de kizomba no Cacém. No dia seguinte correu tudo ao pontapé.   

 

Encher o pé.

Jogadores friorentos que usam dois a três pares de meias.

 

Cabrito.

Prato preparado nos treinos e servido ao jogador adversário quando estão reunidas as condições necessárias para tal. Nunca ninguém agradece a oferta e há até quem reage bastante mal, provavelmente por ser vegetariano.

 

A bola entrou onde a coruja faz o ninho. 

O PAN tem conhecimento desta situação e está a tentar aprovar uma lei contra estes tipos de casos.

 

VAR.

Varia de árbitro para árbitro.

 

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09.Jan.18

Ponto de situação dos desejos para 2018

No calendário já marca o nono dia do ano e ainda todos os meus desejos para 2018 estão por cumprir:

 

Sporting campeão.

Sim, ainda há muito campeonato por jogar e muito vídeo-árbitro para criticar mas já são demasiadas passas comidas por um Sporting campeão sem obter resultados práticos. Estou ansioso por pintar o cabelo de verde, ir para o Marquês em tronco nu e acordar dois dias depois em parte incerta com um sorriso de orelha a orelha.

 

Euromilhões.

Este ano ainda só foram efetuados dois sorteios e por acaso até não joguei em nenhum deles mas mesmo assim continuo a achar que tenho todo o perfil para me tornar num excêntrico.

 

Viajar.

Até agora as minhas principais viagens deste ano foram as idas ao meu local de trabalho, passando sempre pela relaxante Segunda Circular, e uma necessária e marcante viagem até ao meu mecânico.

 

Ganhar peso.

Não quero ficar como o Fernando Mendes, nem tenho suspensórios para isso, mas uns quilos a mais não me fariam mal nenhum. Atravessei as festas de final de ano sem receber sequer umas significativas bochechas.

 

Aprender a tocar piano.

Sempre senti o chamamento para tocar piano mas ainda não fiz nada por isso. Como o meu T0 é bastante pequeno, se alguma vez adquirir um piano de cauda teria também que o utilizar como mesa de refeições.

 

Deixar de dizer “fortíssimo”.

O ano passado andei a distribuir “fortíssimos” a torto e a direito mas chegou a altura de dizer chega. Fiz a alteração para “muita forte” para a desintoxicação não ser muito agressiva mas mesmo assim já tive recaídas. Estou na luta.

 

Desaparecimento do cotão.

Este talvez seja o desejo mais difícil de ser realizado. Já ontem encontrei uma bola debaixo da cama que qualquer gato passaria horas de diversão com ela. Fico à espera que 2018 traga a primeira superfície anti-cotão. Defendo também a extinção do cotão do umbigo.

 

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05.Jan.18

Fim de ano na Serra

Grupo de jovens, na casa dos trintas, decide passar o último fim-de-semana do ano numa casa situada algures na Serra da Arrábida, com pouca rede móvel e wireless quase inexistente. Podia muito bem ser o início de um filme de terror, daqueles com um serial killer criado por lobos que tem uma motosserra de estimação. Como o parque de campismo chama-se YMCA, o assassino de serviço podia muito bem ser um cowboy, um índio, um polícia, um construtor civil, um tropa ou um tipo vestido dos pés à cabeça com cabedal. Felizmente nenhuma dessas personagens apareceram para nos visitar.

Sendo o contacto com exterior complicado, restávamo-nos apenas comer, beber, bingo, cartas e continuar a beber. No sábado comecei por vinho tinto, que trouxe de um cabaz de Natal, passei por um Rosé e dei uns toques num licor de amora. Lembro-me de uma amiga que rodava a tômbola, verificava se tinha o número que saía mas que nunca o anunciava e do cântico “O Guilherme não tem pau!” que nasceu durante um jogo de sueca mas que foi interrompido, duas jogadas depois pelo próprio, ao jogar uma Dama de Paus. Ainda houve uma agressão a uma cadeira por parte de uma cabeça. A minha tentativa de me tornar num bêbado gordo foi interrompida por uma moinha provocada por um dente com antecedentes.

O resto da noite foi passada no topo de um beliche que rangia. Acordei várias vezes, agredi involuntariamente os ferros que me rodeavam e tornei-me o principal suspeito no caso do último roncador do ano.

A ideia no dia seguinte era a de almoçar num local com rodizio de peixe mas o último almoço do ano acabou por ser num restaurante com carnes à discrição. Algures no meu terceiro prato consegui perceber que era o aniversário de duas pessoas devido ao tocar e cantar, com sotaque açucarado, de parabéns. Estive quase para dizer que alguém na minha mesa também fazia anos. 

Na última noite do ano recebi várias mensagens de pessoas com quem não falava há bastante tempo. Não abri nenhum vídeo enviado pelo Facebook para evitar que o meu telemóvel acabasse o ano doente. Disseram-me para entrar em 2018 com o pé direito mas tinha bastantes dúvidas se à meia-noite conseguiria distinguir qual dos pés seria o certo.

Começou a segunda parte do comer, beber, bingo, cartas e continuar a beber. A televisão só conseguia sintonizar a SIC, a TVI e o Disney Channel. Na SIC passava o Baião em modo La Féria e na TVI o “A Tua Cara não me é Estranha” onde vimos uma imitação da Beyoncé por alguém supostamente conhecida, um tipo vestido de mulher e o Goucha a distribuir palmadas no rabo. Se calhar o programa devia se chamar “O Teu Rabo não me é Estranho”. Beber para esquecer fazia ainda mais sentido. Fomos para a rua festejar a passagem de ano onde não vimos fogo-de-artifício e desejámos bom ano a desconhecidos. Nem um sinal do serial killer de serviço. Deve ter ido passar o fim de ano fora.    

Bom Ano!!

 

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