A partir de junho de 2016 entra em vigor a carta de condução por pontos. Isto é uma excelente oportunidade para o IMT elaborar um catálogo com apetecíveis prémios para os melhores condutores.
Um ambientador em forma de árvore que cheira a pinho, um par de dados para pendurar no espelho retrovisor, uma manete de mudanças cem por cento cool ou um autocolante que diz “Condutor exemplar a bordo” podem fazer parte dos brindes a receber conforme os pontos que tiveres na carta.
Também podia haver troca de pontos entre familiares. Aquela noite em que bebeste umas quantas cervejas green que sabem a sumo e depois foste mandado parar a metros de chegar a casa pode muito bem ser limpa do teu cadastro se pedires uns pontos ao tio que tem carro mas que prefere usar transportes.
Se esta ideia for para a frente só espero conseguir pontos suficientes para um conjunto de escovas.
Os filmes de ação precisam sempre de um grande mau da fita que normalmente é terrorista, psicopata ou politico mas não precisa de ser sempre assim. O grande vilão do dia a dia está entre nós e destaca-se nestas atitudes:
Ao se cruzar com pessoas conhecidas nunca diz bom dia, boa tarde ou boa noite. Nunca responde a mensagens.
É o vizinho que tem atividades noturnas bastante ruidosas e que nos fins de semana gosta de tocar bateria por volta das sete da manhã.
No cinema gosta de comentar as cenas, devora pipocas intensamente e atende chamadas a meio do filme e diz: “Estou no cinema mas podes falar.”
Não faz reciclagem.
Nunca chora, nem sequer quando está a descascar cebolas.
Usa sempre o urinol do meio mesmo se os outros estiverem disponíveis. Nunca lava as mãos.
Adora conduzir na faixa do meio a trinta a hora e nunca utiliza os piscas.
Está inscrito em todos os jogos do Facebook e está constantemente a convidar os amigos. Tem uma quinta no FarmVille mas está abandonada.
Retirou o chifre ao único unicórnio existente na Terra.
Porquê um fascínio tão grande por uma bola? Mal abro o portão e aparece em grande velocidade Óscar o labrador trazendo com ele duas bolas na boca. O amor por elas é tão grande que mesmo abdicando de uma para eu atirar a outra permanece na boca. Só as liberta quando não estou a prestar-lhe atenção e ele tem a perfeita noção que não se deve ladrar de boca cheia.
As portas de correr de alumínio podem estar encostadas mas ele com uma simples narigada consegue abrir e cuspir a bola para dentro da minha casa. Se eu não lhe devolver a bola ele está pronto para me alertar com um ladrar continuado e patadas nas portas. Se eu quiser um pouco de silêncio terei que fechar o estore mesmo se lá fora estiver um dia maravilhoso.
Quando a atiro é vê-lo feliz da vida em sua perseguição e muitas vezes chega primeiro que ela. É como se lhe tivesse saído o Euromilhões canino e faz bastante questão que lhe saia várias vezes durante o dia.
O Óscar não é meu mas ele tem certeza absoluta que eu sou dele.
Atirei a bola mais de dez vezes durante a escrita deste texto.