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Wait aí uma beca

A minha vida não é fácil

Wait aí uma beca

A minha vida não é fácil

30.Jul.18

O estranho caso dos ares-condicionados

Na rua até pode estar um calor abrasador, onde nem uma simples aragem decide marcar presença, mas chegas ao teu trabalho e sentes logo que terias menos frio se fosses uma embalagem de douradinhos colocada numa arca congeladora do Pingo Doce.

O contrário também acontece. Lá fora o clima é similar ao da Sibéria antes do aquecimento global mas quando chegas ao teu local de trabalho pareces uma Matrioska, ao tirar as várias camadas de roupa e as tuas botas dão lugar a umas Havaianas.

Normalmente existe um número ou um e-mail para reclamar das temperaturas mas quando finalmente decidem fazer algo ou não notas nenhuma diferença ou a mudança é tão drástica que ganhas logo o direito a ter uma pulseira nas Emergências.

Tem que haver uma temperatura ideal onde homens, máquinas e o Cláudio Ramos possam coabitar. As constantes mudanças podem aumentar o número de trabalhadores de baixa médica e até trazer animais indesejados. Pode assim ser possível encontrar um camelo no parque subterrâneo, estacionado em dois lugares ou ter que lutar na cantina com um urso polar pelo último prato de strogonoff. Haja empregado que aguente.

 

    

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27.Jul.18

Ouvir um pouco de tudo

Existem várias pessoas que respondem à pergunta: “Que tipo de música é que gosta de ouvir?” com um simples: “Um pouco de tudo”. Acho bem que as pessoas tenham gostos musicais ecléticos mas ”Um pouco de tudo” não deixa de ser muita coisa.

O dia de uma pessoa que ouve de tudo pode muito bem ser assim:

O despertador toca “Ride of the Valkyries” de Richard Wagner para o preparar para as guerras do dia a dia. Até acorda bem-disposto e começa a cantar “Mamma Mia” dos ABBA, mas baixinho para não acordar a mulher. Os cereais da manhã são acompanhados por “Breakfast at Tiffany’s” dos Deep Blue Something.

Parado no trânsito, Amália de Rodrigues canta “Estranha forma de vida”. Quando o desespero começa a se instalar, aparecem os Beatles com “Here Comes The Sun” e finalmente um raio de luz mostra-lhe o caminho desimpedido.

“Work” da Rihanna acompanha-o até à porta da empresa. O dia torna-se complicado e a banda sonora passa a ser “I Will Survive” de Gloria Gaynor. Chega a hora de almoço e decide ir comer ao restaurante chinês da esquina ao som de “Chop Suey!” dos System Of A Down. Regressa ao trabalho com bastante energia e com “Galvanize” dos The Chemical Brothers.

Termina o dia laboral ao som de “Sexta-feira (Emprego Bom Já) ” do Boss AC mas quando recebe a mensagem a informar que mãe dela ia jantar a casa, a música passa a ser “A Minha Sogra É Um Boi” dos Mata-Ratos.

Chega a casa e a autoritária sogra começa logo a dar ordens. “I Shot The Sheriff” de Bob Marley é a música que o consegue acalmar. Finalmente sai de casa e ele pode finalmente estar a sós com a sua mulher. Põe a tocar “Única Mulher” de Anselmo Ralph mas na cabeça dele a música era o “Pimba” do Emanuel. Ela não se sentia bem e ele acabou por ir para o sofá ao som de “Everybody Hurts” dos R.E.M.

 

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23.Jul.18

Segunda-feira do café

A segunda-feira é o dia da semana mais odiado no planeta e traz consigo grandes doses de sonolência e desânimo, o que pode afetar seriamente a produtividade do trabalhador. Por isso é que todas as segundas-feiras nas empresas deviam ser as segundas-feiras do café.

A empresa colocaria ao dispor do trabalhador uma grande variedade de cafés, descafeinados, açucares, adoçantes e paus de canela. Poderia assim haver dias de café dos mais variados locais do mundo como o sul da Etiópia, o Panamá ou a Indonésia e todos os pacotes de açúcar teriam mensagens inspiradoras para incentivar o empregado.

Alguns chefes poderiam se queixar do facto que as ofertas poderiam levar com que vários trabalhadores fizessem demasiadas pausas para café. Para tal não acontecer basta colocar o estagiário a distribuir cafés diretamente ao consumidor. Para o patrão ditador haveria a opção intravenosa, com os sacos de café da Coreia do Norte aplicados diretamente na veia do trabalhador.

Há que ter atenção aos colaboradores mais sensíveis à cafeína e não deixar com que ultrapassem o seu limite diário para evitar com que façam quilómetros pelo escritório de folhas na mão e para não enviarem uma resposta em que cada palavra segue num e-mail diferente.        

 

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19.Jul.18

Adeus Puba

Pubalgia, chegou hoje ao fim a nossa relação. Vários dias da minha vida dediquei eu hora e meia, e por vezes até duas horas, exclusivamente a ti.

Durante o nosso tempo especial eras o centro de todas as atenções. Eras massagada, colocavam-te vários tipos de líquidos e géis e todas as tuas intervenções eram escutadas com o máximo da atenção. Demos longos e grandes passeios sem sair do mesmo lugar. O tapete vermelho era estendido apenas por tua causa. Passavam-te a bola e as minhas pernas tremiam só com a tua presença.       

Por ti passei a não estar disponível para marcar presença nos eventos desportivos com os amigos e as minhas corridas no final do dia eram interrompidas pelas tuas constantes queixas. Deixei muito por ti.

Hoje finalmente consegui me soltar das tuas amarras. Tenho a noção que podes voltar mas farei tudo para não cometer os mesmos erros e regressar a uma relação tão egoísta. A partir de hoje sou livre.     

 

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16.Jul.18

Sexta-feira 13: O Musical

Dia de  Alive. Já era o meu terceiro festival este ano e nos anteriores apanhei uma molha. Não estava prevista chuva mas havia nuvens no céu e era uma sexta-feira treze. Arrisquei e saí de casa sem um impermeável.

Das nuvens não caia água mas enfrentei um mar de gente no recinto. Parecia quase impossível encontrar alguém no local e a possibilidade de perder quem ainda há três segundos estava ao teu lado é alta mas mesmo assim há sempre corajosos. É preciso ser um autêntico Vasco da Gama para encontrar alguém no meio da multidão durante um concerto.  

Dirigi-me ao palco Sagres para ver Eels. Estava um público mais maduro a assistir ao concerto. De costas uma senhora até parecia uma empregada dos meus vizinhos. Havia um tipo com um pano azul-bebé na cabeça e ao lado dele, uma miúda que não parava de abanar o que a ele lhe faltava. Grande concerto de Mr. E e companhia.

Depois foram filas para comer, filas para ir ao w.c. e tentar chegar ao palco principal para ver The National. Pelo meio um grupo de ingleses cantava de uma maneira que até parecia que estavam na final do Campeonato do Mundo.

Matt Berninger parecia estar mais calmo e a beber menos do que o habitual em outros concertos, até à altura em que decidiu ir buscar uma cerveja à barraca que estava ao lado do palco. O maior.

Antes de entrarem os Queens of the Stone Age começa a tocar o “Singing in the Rain”. Felizmente S. Pedro não respondeu ao chamamento. O único banho da noite que acabei por receber foi de um tipo que achou por bem começar aos saltos com o copo cheio na mão. À terceira foi quase de vez.         

 

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12.Jul.18

Este Verão eu vou...

Não ligo nada a desafios de redes sociais e blogues mas depois dos convites da http://ninitahouse.blogs.sapo.pt/ e da http://asminhasneuras.blogs.sapo.pt/ , e como não tenho nenhuma tema fraturante sobre o qual me deva debruçar, lá decidi arriscar e escrever 10 coisas que gostaria de fazer neste Verão.

Então cá vai disto:

- Comer na praia uma bola de Berlim e não uma bola de areia.

- Ir a um local público e não encontrar uma única pessoa com uma t-shirt com o logo da Levis vestida.

- Correr sem nunca tirar a t-shirt durante o percurso.

- Voltar a encontrar a gaivota Steven Seagull, que deixei de a ver desde o Festival Eurovisão da Canção.

- Terminar a minha já longa relação com a pubalgia e encontrar um amor de Verão que seja menos limitador.

- Fazer furos no jardim para encontrar petróleo

- Ir a um festival sem apanhar chuva.

- Deixar de ser o único toni que não viu a “La Casa de Papel”.

- Arranjar uma piscina de água para mim e uma piscina de bolas para o Oscar.

- Fazer com que o filho do meu vizinho se torne sportinguista.

 

No final é suposto nomear 5 bloggers para fazerem o mesmo mas não me apetece incomodar as pessoas.

 

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05.Jul.18

Volta Ronaldo

Cristiano, eu sei que o Real não te valoriza e queres sair. Também sei que já tens tudo praticamente acertado para assinares contrato com a Juventus. Mesmo assim, venho por este meio apelar ao teu sportinguismo, para que regresses à casa que te lançou na alta competição futebolistica.   

Claro que o Sporting não tem a capacidade financeira para pagar o salário que tu mereces mas os adeptos leoninos, e até os adeptos de rivais, tratar-te-iam como o Rei que és e sempre serás. Haveria um busto teu em cada esquina de Lisboa.

Não haveria nenhum problema para encontrar a casa ideal para ti e para a tua família. Penso que o Mosteiro dos Jerónimos seria o local ideal para serem felizes. E não te preocupes com o estacionamento, terias muitos mais lugares que a Madonna. Poderias estacionar a tua extensa colecção de carros no Museu Nacional Coches ou até mesmo no Centro Cultural de Belém. A tua arte é a Cultura que realmente interessa.

Sei que o Sporting está a atravessar um período complicado mas tu serias a solução para todos os problemas. Já tivemos um presidente-adepto e com a tua vinda passaríamos a ter um presidente-jogador. Vencerias com 110,10 por cento dos votos e assim reinaria a paz e a união no Clube.

Tens tudo para regressares em grande, Campeão.

 

Grande abraço. SL 

 

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02.Jul.18

Eu fui, eu molhei-me

Dia de Rock in Rio, dia de chuva. Quando saí de casa, o céu estava apenas nublado mas as previsões meteorológicas aconselharam-me a levar o impermeável. A caminho do festival de música começa o festival no céu. A chuva não dava sinais de abrandar e graças a ela tive a entrada mais rápida de sempre num festival.

Já é o meu segundo festival de verão este ano com chuva. Até parece que a nuvem está atrás de mim. Se o tempo continuar assim, as enormes filas não serão para receber o belo do sofá insuflável mas sim para ganhar um chapéu-de-chuva e um impermeável. Quando me aproximei do palco principal os Xutos já tinham terminado. Desanimado fui buscar uma cerveja e garantir assim um refill dos céus.

Os The Killers começam e parece que conseguiram dar cabo da chuva. Ao nosso lado está um grupo de pinguins espanhóis bastante animado, o que só prova que as alterações climáticas são cada vez mais evidentes.   

Os The Chemical Brothers trazem consigo música eletrónica e um espetáculo visual impressionante. A música traz o dançarino que há em mim e a pubalgia para garantir que eu não me entusiasme. As bolas gigantes que são lançadas para o público fizeram-me lembrar as da fisioterapia.

No final do concerto parti rumo a casa porque amanhã era dia de trabalho. Já posso dizer que fui ao Rock in Rio e não recebi nenhum brinde.      

 

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