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Wait aí uma beca

A minha vida não é fácil

Wait aí uma beca

A minha vida não é fácil

28.Nov.18

Tony English

Ida a Londres para visitar amigos. Às sete da matina já andava eu nas nuvens, a caminho de Stansted. Na última vez que visitei a capital inglesa, fiquei por lá retido devido a uma nuvem vulcânica. Lá em cima estava sol, mas com a aterragem chegou o nevoeiro e a chuva. Tinha adquirido o pacote completo da Experiência Reino Unido.

Cheguei à estação de Victoria através de um autocarro que seguiu sempre em sentido contrário ao hábito do comum dos tonis. Segui a pé para rever o velho Ben. Estava em obras. O Brexit conseguiu dar cabo do Big Ben. Fui deambulando pelas ruas londrinas onde vi os soldados que não se podem mexer, uma pequena feira de Natal em Leicester Square, passeei pelos balões chineses de Chinatown e fiz a paragem obrigatória na loja dos M&Ms.   

Decidi encontrar-me com o meu amigo em Piccadilly Circus, junto à estátua do rapaz arqueiro. Poderia usar uma cartola para ele me encontrar mais depressa mas, estando eu em Londres, apenas seria mais um, vestido de maneira esquisita. Encontrou-me com facilidade e seguimos para Soho onde bebemos umas pints e comemos hambúrgueres em cestos.

No dia seguinte partimos em direção a Camden Market. Por lá se vende de tudo, até pastéis de nata com framboesa e mirtilos. Entramos na loja Cyberdog que tem roupa futurista e uma ampla zona só para maiores de dezoito. Ao deixar a loja senti-me como o Bruno de Carvalho quando saiu em liberdade: “Agora sou uma pessoa diferente.”

Dia de cinema. Os meus amigos tinham bilhetes para o cinema e decidimos ver o Bohemian Rhapsody. Entrámos no autocarro em direção à sala só para perceber a meio da viagem que o cinema não aceitaria os nossos bilhetes. Deixamos o autocarro e fomos de metro até um centro comercial onde conseguiriamos ver o filme. Afinal os bilhetes também não eram validos naquele cinema. Elas aproveitaram para ir à Primark e os homens rumaram ao café. Felizmente todas as lojas fecham às seis da tarde. Acabámos por descobrir um cinema que aceitaria os nossos bilhetes e que por acaso ficava perto de casa. Conseguimos ver o filme mas foi demasiado trabalho para ver algo com um final previsível e sem legendas.

A despedida. Os amigos foram cedo para o trabalho e eu fiquei em casa a tentar fechar o sofá cama, sem sucesso. Deixei um croissaint demasiado tempo na torradeira, o que talvez tenha sido uma tentativa do meu subconsciente em criar uma nuvem de fumo que me impedisse de regressar a casa, mas apenas serviu para ativar o detetor de fumo. Ainda servi o pequeno-almoço ao Sneaky, o gato que lhes faz visitas regulares.

Antes de partir ainda dei um salto ao Regent’s Park, por onde passeava uma raposa e circulavam esquilos camera-friendly. Na verdade, não sei se eles paravam porque gostavam que lhes tirassem fotos ou por acharem que tinha cara de bolota. Pelo sim pelo não, mantive sempre uma distância de segurança.

Lisboa chamou e desta vez nenhuma nuvem atrasou o meu regresso.    

 

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12.Nov.18

Correr por castanhas

Dia de Corrida das Castanhas. Alerta amarelo de mau tempo, poucas horas de sono e falta de treino eram razões mais do que suficientes para ficar em casa a dormir num domingo de manhã, mas runner que é toni não podia faltar ao evento.

A minha equipa, a Equipa Positiva, ao verificar o meu estado, prontamente se prestou para me auxiliar na colocação do dorsal e do chip no ténis. Recorremos à ajuda do Palácio para nos abrigarmos da chuva que insistia em cair. Os elementos da equipa que estavam inscritos na caminhada decidiram caminhar para o café mais próximo.

Começa a corrida e não chove. Existe assim a esperança de ser uma corrida no intervalo da chuva. Só falta mesmo algum Martim colocar uma manta num sem-abrigo para o sol começar a aparecer.      

O percurso é daqueles que eu gosto, com muitas subidas e descidas, mas eu não estava fisicamente preparado para tanta movimentação. Mais ou menos a meio da corrida, começo a dar sinais uma dor que não sei se era de burro ou de toni. A partir do quilómetro nove iniciou-se uma entrega de água dos céus. A entrega foi rápida e a derradeira descida até à meta foi complicada devido à pouca aderência dos meus ténis. Terminei a corrida com um tempo razoável e pouco molhado. Mas o pior ainda estava para vir.

Estava eu na fila para as desejadas castanhas quando começa uma verdadeira carga de água. Mesmo assim não desisti. Eu merecia aquelas castanhas. Entre o receber das castanhas, descobrir que o saco estava roto e a ida ao bengaleiro para buscar a mochila, tornei-me num autêntico Aquaman Runner. Quem anda às castanhas molha-se.  

 

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