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Wait aí uma beca

A minha vida não é fácil

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A minha vida não é fácil

30.Abr.19

Toni nas Neves

Viagem até à Islândia. Sendo a minha primeira viagem por terras de gelo, decidi equipar-me a rigor. Percorri várias lojas desportivas em busca das calças e botas de neve mais baratas. Por um preço bastante razoável, consegui ficar preparado para o frio islandês. Como era uma viagem low cost, foi uma luta colocar toda a roupa polar numa única mochila. Acabei por ir equipado com as calças e as botas até ao aeroporto.

Antes da Islândia, havia uma escala no aeroporto de Luton por fazer. Chegámos já bastante tarde a terras de sua majestade e acabámos por dormitar nesse magnífico aeroporto. Nunca irei esquecer aquele cantinho junto aos horários dos autocarros, com vista para o Burger King. Descalcei as botas no aeroporto e em todos os voos.

O tempo na Islândia não é para qualquer toni. O balançar do avião até à sua aterragem e a espera de mais de uma hora para sair do avião, por causa de ventos com mais de noventa quilómetros por hora, serviu como uma boa apresentação das condições atmosféricas que nos esperavam.  Fui preparado para a neve, mas só vi gelo. As temperaturas não eram tão baixas como o AccuWeather previa. A chuva marcou presença em todos os dias, mas trabalhou por turnos com o sol, o que facilitou o avistamento de vários arco-íris, mas não da aurora.

A vida islandesa é cara para o comum português e o álcool não é exceção, mas já tínhamos a lição estudada. A loja duty free do aeroporto de Keflavík vende a cerveja mais barata do país, por isso fizemos um grande abastecimento na chegada. Claro que houve uma noite de loucura escandinava em que grande parte das reservas de álcool evaporaram. Houve música e danças alternativas, correrias dentro e fora de casa, pés no ar e algumas posições estranhas. Felizmente ninguém estava em condições para gravar o acontecimento. A culpa foi do vodka islandês que se juntou à festa.

A Islândia é natureza em todo o seu esplendor. Fizemos quilómetros e quilómetros onde vimos mais cavalos do que habitantes. Choveu todos os dias, mas foi ao passar por trás da cascata de Skógafoss que apanhámos a maior molha. Permanecemos tanto tempo a registar o momento da erupção de um géiser, que ficámos habituados ao cheiro a ovos podres. Andámos por locais onde apenas turistas e actores do Game of Thrones passaram, mas a grande aventura foi a busca pelas águas termais.

Achámos o preço da famosíssima e instagramável Blue Lagoon bastante elevado, por isso partimos em busca das águas quentes e gratuitas do rio de Reyjkjadalur. Eram três quilómetros a pé até ao rio. Fomos com a esperança que o rio ficasse num local abrigado do algum vento que se fazia sentir na altura. Claro que durante a caminhada as condições meteorológicas foram se agravando e o vento até conseguia empurrar o mais pesado dos tonis. Contra ventos, chuva e as minhas calças de ganga que estavam a cair por não ter trazido um cinto, conseguimos chegar ao nosso destino. Estava tudo menos agradável. Apesar do mau tempo e da água do rio não chegar a cobrir o corpo todo, estavam dois miúdos e um graúdo a banhos. Decidimos não arriscar e partimos rumo ao carro. Eramos um grupo unido e ninguém ficou para trás. Nem sequer o que decidiu parar para filmar o resto dos companheiros em apuros foi abandonado. No dia seguinte tomámos uma decisão muito mais sensata e fomos para as águas quentes da Secret Lagoon. Pagámos a entrada, mas não foi preciso fazer nenhuma caminhada épica até ela e a única preocupação do dia foi a possibilidade de poder apanhar alguma infecção islandesa nos pés por andar no balneário sem chinelos.

Antes de abandonar a ilha ainda fui abordado pelos funcionários do aeroporto porque o meu Cartão do Cidadão estava a dar uma indicação estranha. Fui à Islândia e não vi a aurora nem a Björk, mas ganhei memórias para uma vida e roupa para visitar a Serra da Estrela sempre que tiver neve.  

 

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02.Abr.19

Correr por um sino

A minha primeira Corrida dos Sinos. Apesar de ter feito pouco treinos, estava confiante numa boa prova. Ter estacionado longe ajudou a fazer um bom aquecimento.

O sino tocou e eu comecei a tentar correr nos intervalos dos runners. Mais à frente avistei Paz, mas as minhas pernas mostraram pouca tranquilidade na subida. Pelo caminho encontrei uma casa onde se vendia lenha, mas decidi afastar-me dela porque estava on fire. Estado esse que rapidamente se esfumaçou quando percebi que só ia no quilómetro sete.

No percurso existiam bandas a tocar e colunas em alto e bom som a passar música pimba. Na ida apertei com ela e no regresso havia quem gostasse dos peitos da cabritinha. Nos restaurantes era dia de cozido à portuguesa. Sei que estou em baixo de forma quando sigo ao mesmo ritmo de um senhor equipado com uma camisola do Estrela da Amadora, que aparentava estar perto da ternura dos setenta.

Não fiz um bom tempo, nem recebi pão de Mafra, mas levei um sino para casa que não toca.

                      

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