Fim-de-semana para a Guinness
Fim-de-semana em Dublin para comemorar o quadragésimo aniversário de um amigo. O grande objectivo da viagem: beber Guinnesses até vomitar um arco-íris de cerveja. Não levei calçado apropriado para o Riverdance, mas levei as chaves do meu carro no bolso, apesar de ele ter ficado em Portugal.
Mas antes de começarmos a dança do álcool, fomos à Guinness Storehouse para descobrir como é que é feita a cerveja que nos fará ver duendes. Percorremos sete andares, em busca de toda a cerveja gratuita que conseguíssemos arranjar, e vimos sapateado irlandês, um peixe a andar de bicicleta e o mais variado merchandising da Guinness, desde copos e chocolates, passando por velas aromáticas e boxers com o logotipo da marca de cerveja. Não foi possível levar um único barril para casa. Visitamos também a antiga prisão de Kilmainham, por onde passaram vários presos políticos que lutaram pela independência da Irlanda, e onde eu tirei a minha primeira foto numa cela.
Animação é o que não falta em Dublin, e chegamos a ser perseguidos, nos pubs e na rua, pela música “I’m Gonna Be (500 miles)” dos The Proclaimers. Em frente ao nosso apartamento avistamos a Mulher de Vermelho, uma senhora pouco vestida que usava uma capa, talvez já a pensar no Halloween. O irlandês pode ser algo complicado de se entender, como pude comprovar na altura em que um jovem da terra vira-se para mim e diz algo imperceptível, enquanto eu segurava cinco pizzas para levar, que calculei ter sido alguma coisa do género: ”Vais comer isso tudo, seu lambão?”.
No final não vimos nenhum duende, ninguém acabou por vomitar, mas vimos um típico irlandês a expelir o conteúdo do seu estômago em frente a uma das portas do The Temple Bar e a regressar, talvez para pedir mais uma pint, e as noites loucas foram passadas em casa a ver filmes da treta na Netflix. Mesmo sem a magia de um arco-íris de cerveja, Dublin merece ser visitada.