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Wait aí uma beca

A minha vida não é fácil

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A minha vida não é fácil

30.Dez.19

Mais uma sequela do Pai Natal de chocolate.

No décimo terceiro dia deste mês, um bravo Pai Natal de chocolate fugiu de um supermercado e foi conhecer o mundo. A euforia inicial foi aos poucos se apagando porque a chuva insistia em cair. Toda a gente sabe que um chocolate molhado não é bom. Felizmente encontrou uma garrafa com trezentos e setenta e cinco mililitros de néctar dos deuses para o imbuir no espírito natalício.

O Pai Natal descobriu o mundo do running e encorajava miúdos e graúdos a participar, desde que no final lhe entregassem a medalha da prova. Também explorou a sua veia artística ao pedir para o prenderem a uma parede branca com fita adesiva. Estava a ter uma vida doce, mas quando decidiu fazer uma análise ao orçamento de prendas de 2019, descobriu que já não havia dinheiro. Entrou em pânico e desapareceu. Depois de ter sido colocado nas redes sociais um pedido de ajuda para descobrir o seu paradeiro, acabou por aparecer na gaveta dos panos. Disse que andava escondido da temperamental Elsa. Teve sonhos estrelados ao lado de duas princesas Leia.

Através de crowdfunding, o Pai Natal conseguiu dinheiro suficiente para os presentes, mas na altura de os embrulhar acabou por sentir saudades dos duendes. Ao ler o livro A Minha Vida Não É Fácil, do autor António Neves, descobriu que os seus antepassados acabaram por ter finais trágicos na noite de Consoada. Com medo de não sobreviver ao Natal, contratou um duplo. Ele ia ser o seu Brad Pitt, que faria as aparições mais arriscadas.  O duplo foi a um jantar de Natal de colegas de profissão e não mais voltou. Desesperado, o Pai natal foi à televisão, na esperança que a Cristina o recebesse para contar a sua história. Ninguém quis saber.       

Chegou a noite de Consoada, e entre rabanadas, sonhos e bolo-rei, o Pai natal perdeu a cabeça, literalmente. Teve uma vida curta, mas preenchida.     

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20.Dez.19

Não papo mais grupos.

As mensagens em grupo vieram para ficar e noventa por cento delas são enviadas via WhatsApp. Quando dás por ti já estás incluído no grupo dos colegas de trabalho, nos grupos de jantares de Natal, no grupo da passagem de ano, no grupo da prenda do Albano, no grupo do futebol das quintas à noite, no grupo do autocarro que leva para o pavilhão onde se realiza o futebol das quintas à noite, e no grupo Diapasão.

Na galeria, as pastas WhatsApp Images e Video são invadidas por fotos de locais paradisíacos por onde amigos passaram, piadas, print screens, horários, os bebés dos amigos a fazerem coisas variadas e vídeos marotos.  

Se houver actividade em todos os grupos no mesmo dia, o telemóvel pode muito bem sucumbir, ao som de toques sobrepostos. Sempre é possível tirar as notificações dos grupos menos importantes, mas há sempre uma actualização nova para fazer, que consegue baralhar as configurações do WhatsApp e trazer de volta os alertas sonoros, que te levam a pegar no telemóvel só porque alguém decidiu partilhar este post palerma.

Neste Natal utilize os grupos com moderação.

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16.Dez.19

Runner de Natal

Ultimamente tenho feito sempre o mesmo: inscrevo-me em provas, mas acabo por pouco ou nada treinar para elas. O Grande Prémio de Natal não foi exceção. Felizmente, quando fui levantar o dorsal, recebi uma garrafa de vinho branco que me ajudará a esquecer o meu, mais que certo, miserável tempo.

Não chovia, a televisão e pessoas conhecidas estavam presentes, e eu paguei as minhas viagens de transportes, quando afinal bastava mostrar o meu dorsal para andar neles. Comecei a ultrapassar atletas em bom ritmo, mas com acumular dos quilómetros, comecei eu a vê-los passar por mim. Ao quilómetro sete já tinha mais dores do que pernas. Corri na faixa do BUS, na esperança que algum autocarro aparecesse para me oferecer boleia até à meta. Pelo caminho era possível encontrar várias pessoas a acompanhar a procissão de runners ou simplesmente à espera de uma nesga para atravessar a estrada.

Terminei a prova com um tempo de acordo com a minha forma física, e à minha espera já não havia vinho, mas sim água com sabor a frutos vermelhos. Como estavam presentes bastantes fotógrafos, pode ser que ao menos consiga uma boa foto para partilhar, agradecendo ao meu personal trainer pelo grande tempo que fiz.

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10.Dez.19

12 horas sem comer

Tive o privilégio de ser convocado para a medicina do trabalho, o que me garante doze magníficas horas em jejum. Metade do dia sem colocar um único alimento no estômago. Se quiser perder peso, basta estar constantemente a fazer análises.

Para aguentar tanto tempo sem comer, convém que a última refeição seja das boas. Um bom cozido à portuguesa acompanhado com favas e feijoada à transmontana poderá ser a solução ideal para aconchegar o estômago durante a privação de alimentos. Como só jantei um simples hambúrguer com batatas de pacote, passei o resto da noite a olhar para o frigorífico.

Nunca tenho fome de manhã, mas acordei só a pensar em comida. Só queria um típico pequeno-almoço inglês, com direito a uma salsicha extra. Visivelmente enfraquecido, viajei de comboio e metro até à clínica. Foi já quase a desfalecer que me tiraram sangue, e ainda fui obrigado a fazer pontaria para um recipiente, para analisarem a minha urina. Com as análises feitas dirigi-me à receção, onde a senhora me deu permissão para ir comer. Fui em passo acelerado até ao primeiro café que consegui encontrar. Acabei apenas por comer uma merenda mista, acompanhada por um café. Regressei à clínica e esperei três horas para ser atendido. Ansioso pela próxima convocatória.

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