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Wait aí uma beca

A minha vida não é fácil

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A minha vida não é fácil

12.Nov.21

O caso da Pen desaparecida

Era uma pen drive recente, de cor preta, com uma argola azul clara na ponta e com sessenta e quatro gigas pouco usados. Numa das faces possuía a inscrição “Kingston”, mas sempre a tratei por Pen. Foi vista pela última vez no meu modesto T0.     

Para a encontrar é preciso soltar o detective que há em mim. Há que recriar todos os passos até à perda do valioso objeto. E eu que já assisti a várias versões cinematográficas do Sherlock Holmes. Fecho os olhos e vejo a vida a andar para trás, mas nenhum vestígio da pen. No local mais óbvio, a mesa onde está o portátil, nem sinal dela. Elementar, meu caro toni... 

Sei que nesse espaço temporal tirei alguma roupa do estendal. Quando dou por mim já estou a remexer a gaveta das meias e boxers em busca do objeto de seis centímetros. Rastejo pelo mesmo chão que pisei, sem a encontrar, mas descubro vários sítios que necessitam a intervenção de um aspirador. 

O tempo vai passando e o desespero se instala. Já procuro dentro do frigorífico, no forno e no caixote do lixo. Felizmente o saco do caixote tinha pouco conteúdo para revirar. Afinal é um caso para os Ficheiros Secretos. A pen drive foi raptada por extraterrestres e está com a Maddie. 

Quando estou prestes a rasgar a minha licença de detetive, vejo pelo canto do olho algo de cor preta no cesto das molas. Eu não tenho uma única mola dessa cor. É a Pen. Sou o Hercule Poirot dos tempos modernos, mas sem bigode. 

 

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