Aquela altura do ano
Chegou a altura do ano em que as fotos de lareiras, árvores de Natal, presépios e animais imbuídos no espírito natalício invadem as redes sociais. Se tiver uma majestosa árvore de dois metros com um presépio do tamanho do Portugal dos Pequeninos, ao lado de uma lareira a crepitar e de um Chihuahua com hastes de rena, consegue ter tantos likes que até o Facebook deixa de responder.
Em Dezembro passa-se a ter amigos secretos. Às vezes são tão secretos que já não te lembras quem são. O truque é comprar algo genérico como chocolates ou um pisa-papéis e ser o último a entregar a prenda. O que sobra é o tal amigo que era tão secreto que nem o Google sabia a sua identidade.
Num abrir e fechar de olhos, vejo-me inserido em vários grupos do WhatsApp. Há grupos para combinar jantares de Natal e grupos para sugerir prendas. Quando dou por mim, descubro que vou conhecer uma terra de nome Talaíde e que tenho que arranjar palavras que rimem com torradeira e coloche. O GPS nesta altura do ano devia fazer o som do trenó do Pai Natal.