Até ao fim

Parece que todas as grandes vitórias do Sporting são precedidas de enormes doses de sofrimento. Até na última vitória do Sporting na Taça de Portugal, em 2015, foi roer as unhas que já não existiam até garantir a vitória sobre o Sp. Braga, na altura treinado pelo Sérgio Conceição, nos penalties. Não basta a angústia de não sermos campeões nacionais há muito tempo, ainda somos obrigados a sofrer em todas as finais das taças que conquistamos.

Esta vitória foi de todos. Do Keizer que conseguiu criar um Verde Mecânico. Do Renan que defende penalties à Leão. Do Acuña que mostrou toda a sua raça. Do veterano Mathieu que demonstrou toda a sua enorme classe e categoria, sempre no limiar da lesão. Do grande Coates, que vive a vida sempre no limite. Do Bruno Gaspar que apesar de ter o mesmo primeiro nome que a grande figura do Sporting, manifesta uma maior apetência a fazer assistências aos jogadores da equipa adversária. Do Gudelj que foi Gudelj. Do Wendel que teve permissão para conduzir bem o jogo. Das setas Raphinha e Diaby, sempre apontadas à baliza de Vaná. Do Luiz Phellype, cujo nome é uma gafe, mas que conseguiu não errar a baliza na marcação do penalti decisivo. Do Ilori e do Doumbia que trouxeram segurança. Do Bas Dost que voltou a ser feliz ao marcar um golo de bola corrida. Até do Jefferson esta vitória pertence.

Claro que a maior fatia do bolo vai para o Mágico Bruno Fernandes. Não foi o melhor em campo na final, mas foi ele que carregou a equipa durante toda a época. Na final da Taça de 2015 jurei que se alguma vez tivesse um filho iria se chamar Rui Slimani Montero. Eu agora não prometo um filho com o nome Bruno Fernandes, eu quero é ser como ele, quando for grande. Até há quem diga que eu sou parecido com ele, ao longe e sem a bola nos pés.

O meu pai até disse que o jogo lhe fez subir a tensão e por isso só conseguiu adormecer às cinco da manhã. É preciso um verdadeiro Coração de Leão para aguentar tanto sofrimento.

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