Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Wait aí uma beca

A minha vida não é fácil

Wait aí uma beca

A minha vida não é fácil

17.Jul.17

Beber para esquecer a Peste

A feira ficava em São Pedro de Sintra mas parecia que tinha estacionado a minha carroça na Amora. Cheguei e dei uma volta ao recinto, evitando sempre passar ao lado de pessoas com ar de peste negra, e quando avistei cerveja artesanal deparei-me com um grave problema: Não tinha uma única moeda de ouro. Não havendo nenhum multibanco medieval, tive que dar um salto no tempo e procurar o banco mais próximo.

Havia vários tipos de cerveja e experimentei um trago de todas. Na altura de decidir qual o néctar que me iria acompanhar na minha cruzada, tinha as papilas gustativas bastante confusas. Escolhi a segunda, que por acaso era trigo, e segui caminho. Vi combates de espadas, burros e mulheres com bigode. Passei por uma bruxa e estive tentado a recorrer aos seus serviços. Se tivesse uma boa prestação, recomendava ela ao Sporting. Voltei a encher o cálice, mas agora com uma cerveja com um toque de gengibre. A escolha do gengibre pode muito bem ter sido um sintoma da peste.

Acabei por voltar no dia seguinte, numa noite de nevoeiro, mas já consegui deixar a minha carroça na Brandoa. Malabaristas brincavam com o fogo, enquanto uma criança insistia que eles assoprassem. Desta vez o néctar escolhido foi a sangria e no preciso local em que estávamos sentados, a banda de serviço decidiu atuar. Um rapaz, que de medieval apenas tinha o bigode, estava muito envolvido na festa. Usava uns calções, havaianas e uma t-shirt que dizia “Caramelo” e já tinha a bobo da corte às cavalitas. Descobri a depilação alternativa, com uma pedra, e nasceu a ideia da Marcha Nódica: caminhar com bastões enquanto se canta a música do Noddy. A sangria era da boa.   

 

                               medieval.jpg