Born to festivalar
Dia de Bruce Springsteen no Rock in Rio. Antes de me deslocar ao recinto fiz o aquecimento em casa com músicas do Boss em alto e bom som até ao momento que aparece o filho do meu vizinho que põe Agir a tocar e crava-me uma ida à papelaria para comprar carteiras do Euro.
Fui cedo mas acabei por estacionar o carro tão longe que até se podia realizar uma caminhada do meu carro ao recinto com entregas de água a meio caminho e oferta de uma t-shirt por apenas oito euros.
Pode-se passar um dia inteiro no Rock in Rio e não ver um único concerto. Há filas consideráveis para dar uma volta na roda, pintar a cara de verde ou levar o sofá insuflável que tanto precisas. As filas deviam ser enormes para andar nos aviões que sobrevoavam o recinto.
Instalámo-nos perto da torre do slide para ver os concertos, o que dava direito a toda uma emoção. A qualquer momento podia levar com a corda ou até ser atingido com um sapato de um tipo que tenha lá ficado pendurado. Podia também agarrar a corda e tentar voar um bocadinho.
O Bruce começou a tocar e o público entrou em delírio. O homem tem energia para dar e vender e é sempre bom ver o Silvio dos Sopranos e o antigo baterista do Conan O´Brien. O concerto teve duas horas e meia e eu não conhecendo toda a discografia do senhor por vezes olhava para o relógio. Acabei por colocar uma gola da Samsung na testa para entrar no espirito da coisa. Havia quem tirasse uma foto com um rapaz das cervejas.
Circulavam rumores que Adele estava no recinto e que iria subir ao palco. Estava presente mas felizmente acabou por não subir. Ela até seria capaz de tornar deprimente o “Glory Days”. Havia quem me perguntasse se eu sabia onde tinha deixado o carro. Tinha a perfeita noção que ele se encontrava em Lisboa.
Fui para casa sem o sofá nem com a cara pintada de verde mas ganhei uma dor de costas e diarreia por ter comido uma pita.