Diz-me como me tratas e eu dir-te-ei como respondo.
Existem várias maneiras de tratar uma pessoa e a maior parte delas são mal aplicadas.
Há quem use e abuse da palavra “amigo”. “Obrigado, amigo!”, “O amigo não pode dar um jeito?” e “O amigo esteja à vontade!”, são alguns dos exemplos de quem acha que é amigo de toda a gente. Com a maior parte deles, nem sequer houve uma conversa sobre futebol ou sobre o tempo mas mesmo assim acham que somos amigos. Se me oferecerem malas com dinheiro, aí sim somos amigos para a vida. Até tatuo os nomes numa nádega. Tudo em nome da amizade.
Não acho grande piada a quem me trata por miúdo, principalmente quando a pessoa é mais nova que eu. Apesar do meu ar infanto-juvenil, já passei dos trinta e tenho barba branca, por isso vão mas é chamar miúdo ao Saúl.
O “brother” é passar logo a coisa para a irmandade. Não é por me tratarem por irmão em estrangeiro que eu vou emprestar 50 cêntimos. Eu já tenho um irmão que é português e nem a ele empresto dinheiro.
Futre imortalizou o “sócio” e por isso a palavra ganhou bastantes seguidores. Não tenho participações em negócios ou empresas e nem sequer sou sócio do Sporting, por isso nem na Sociedade Recreativa do Algueirão eu respondo por esse nome.
Há muito tempo que não sou tratado por “dred”. Não sei é se por a palavra ter caído em desuso ou por eu ter deixado de viver na linha de Sintra. Nunca fui ao Avante, por isso em tempo algum fui tratado por “camarada”.