Guerra dos Turnos
António da Casa Neves, mais conhecido por “O Trabalhador por Turnos”, não sabe muito bem que dia da semana é mas tem a perfeita noção que pela frente há mais um turno por completar e levando no cantil o seu precioso néctar, o café, para conseguir superar o dia, segue no seu fiel Volks até ao Castelo das Vidas Complicadas.
Chegado ao seu posto repara que já existe outro bravo cavaleiro no seu lugar. Depois de uma breve discussão chega-se à conclusão que o corvo que levara a última alteração de horário não tinha chegado e que destino de “O Trabalhador por Turnos” era mesmo o de ficar.
O Inverno está a chegar e o café a acabar mas o turno ainda está longe de terminar. Pela frente Neves ainda tem a dura batalha da troca de horário. António da Casa Neves foi convidado para um banquete no Castelo dos Tonis mas está de serviço nessa altura e por isso tentará negociar com Arnaldo da Casa Aragão a mudança do turno. Depois de intensas negociações que envolveram uma cota de malha por estrear, um javali no espeto e um kit básico de torturas, Arnaldo acabou por ceder à troca.
O turno já estava a terminar e nem sinal do seu substituto, mas um frio dos diabos chegou e o casaco de pele de urso tinha ficado em casa. Muitas nuvens depois do previsto chegou o substituto, alegando que o seu cavalo era novo e que não sabia bem o caminho. Tresandava a álcool.