Homem que é Homem não usa guarda-chuva
Já sobrevivi a Invernos bem complicados sem utilizar um único guarda-chuva. É um acessório imposto pela sociedade que atrapalha mais do que protege.
Existem guarda-chuvas grandes, que supostamente são mais resistentes, mas ao desprender de uma vareta se tornam num perigo em movimento e os mais pequenos, que são mais fáceis de transportar, à primeira rabanada de vento vão parar à Buraca.
Sais de casa em direção ao trabalho e ao olhar para o céu, vês algumas nuvens ameaçadoras e decides levar o chapéu. Acaba por não chover e ao final do dia és o único toni de guarda-chuva na mão. Se chove, corres o risco de algum chico-esperto achar que o teu chapéu-de-chuva, que está juntinho aos outros, é o ideal para o proteger dos chuviscos.
Vento e guarda-chuvas não são compatíveis. Uma pessoa acaba por ficar mais preocupada em virar o chapéu para direção da chuva do que com a sua proteção. Pões o bem-estar do guarda-chuva à frente do teu e a maior parte das vezes acabas por ficar a segurar o esqueleto do que em tempos foi um guarda-chuva e estás molhado dos pés à cabeça. Depois de um temporal é vê-los tombados pelas ruas ou pendurados em árvores.
Perdi muitos guarda-chuvas em temporais, esqueci-me de outros tantos e quase ceguei pessoas inocentes, por isso decidi prescindir dos seus serviços. Tenho um impermeável com capuz e se estiver a chover com bastante intensidade, faço uma corridinha para manter a forma física. Até o Gene Kelly preferiu apanhar uma molha a cantar do que usar a porra de um o guarda-chuva.