Noite de festa
Noite de aniversário da empresa. Depois de andar algo desorientado lá encontro a recôndita discoteca. Avisto pessoas com quem me cruzo quase todos os dias e outras que tenho francas dúvidas que conheçam sequer a localização do edifício. Há quem esteja ansioso que partam o bolo de aniversário e há quem queira apenas partir.
Quem inaugura a pista de dança normalmente é alguém com mais de quarenta anos. Há quem estrategicamente se situe perto das miúdas mais giras e há quem prefira estar mais perto das estagiárias. Por vezes esses dois mundos se unem.
Enquanto se bebem consideráveis quantidades de gin fazem-se planos para invadir o centro da pista. Há flashes em todos os sentidos, trocas de preciosas senhas que valem bebidas, malabarismos humanos e alguém com óculos e patilhas do Elvis. A invasão não foi bem-sucedida.
A festa já está nas últimas e começo a entrar na fase em que não percebo o que me dizem e vou simplesmente abanando a cabeça e sorrindo. Vou buscar o meu casaco que está perigosamente perto de um casalinho de ocasião e como ainda sei onde deixei o carro decido que é a altura ideal para sair. Para o ano há mais se não estiver no turno da noite porque quem trabalha por turnos não tem uma vida fácil.