O paciente zero
Ir trabalhar doente pode ser complicado mas é a grande oportunidade de uma alguma vez ser mencionado na Wikipédia como paciente zero.
Era uma empresa normal como todas as outras, até que um dia uma tosse persistente começou a se alastrar e com ela trouxe mal-estar, secura e procrastinação. No dia seguinte o edifício inteiro se encontrava vazio, nem uma bola de feno circulava por lá. Foi um toni que os infetou.
“Eu só queria deixar doente alguns diretores e o Jorge que me rouba o lugar de estacionamento…” disse o toni no interrogatório antes de ser trancado num laboratório para um infindável número de exames médicos. A fama também traz os seus dissabores.
Estar doente no trabalho origina uma considerável quantidade de recomendações, por parte dos colegas, de comprimidos, pastilhas e xaropes a tomar. Consegues andar no elevador com bastante espaço de manobra ou até mesmo com ele só para ti porque os restantes funcionários passaram a preferir a utilização das escadas. Quando aparece o melga de serviço, sempre se pode começar a tossir com insistência para que o seu monólogo seja abreviado.
As folgas são passadas em casa, a por as séries em dia enquanto se bebe chá de limões fornecidos por vizinhos e a tomar comprimidos acabados de comprar porque os que estavam guardados já tinham expirado há quase um ano.