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Wait aí uma beca

A minha vida não é fácil

Wait aí uma beca

A minha vida não é fácil

10.Jul.17

Sala de desespera

Dia de levar o meu pai ao hospital para fazer um exame. Na altura em que nos sentámos na sala de espera, passava o programa da senhora das cartas de tarot na televisão. Era a oportunidade única para o meu pai saber o resultado do exame antes de o fazer.

É um hospital público por isso já estávamos mentalizados que teríamos que esperar bem mais do que a hora marcada mas, como somos otimistas, chegamos uns bons quarenta minutos mais cedo. Escusado será dizer que tive uma relação bastante duradoura com a cadeira de espera.

Várias pessoas paravam à minha frente com o telemóvel na mão mas não era para pedir o meu contacto ou tirar uma selfie. Tinha a password de Wi-Fi afixada no canto superior direito. No Monopólio, se passar pela casa de partida recebe duzentos euros e, naquele momento, quem passasse por mim receberia internet. A espera é tanta que por momentos até pensei que eu, que não tinha nada marcado, seria atendido primeiro que o meu pai. No meu lado esquerdo estava uma senhora a ler o livro “Ainda Estou Viva”.

Finalmente é ouvido o nome do meu pai. Mais uma horita e estou despachado, pensava eu. Estava enganado. Passa a hora e mais meia e nem sinais dele. Numa das paredes estava afixado um poster com todos os componentes de um cigarro. Mesmo assim eu, que nunca fumei na vida, estava prestes a escolher aquele momento para colocar amoníaco e acetona, entre outros,nos pulmões. Quase duas horas e meia depois chega o meu pai. Ele tinha dois exames, daqueles que envolvem tubos em sítios complicados, para fazer na semana e decidiram fazer os dois logo no mesmo dia. O hospital estava numa de promoções. O meu pai foi um valente.

 

                           sala de espera.jpg

 

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