Vou apanhá-las todas
Dia de procurar caches na Serra de Sintra. Como a área é bastante grande, o pessoal que cria as caches aproveita para as instalar em sítios bastante complicados. Não é de admirar se a descrição de uma cache seja algo do género: “Ninho de águia. Poderá ter que lutar com o animal e/ou dar de comer às crias.”
Num circuito criado pela malta do BTT, encontrámos uma cache em forma de caixa de música da Looney Tunes. A música estava assustadoramente alterada e o Bugs que saía dela já nem conseguia por as orelhas de pé. De noite a música e o ranger constante de uma árvore das redondezas provocaria tanto ou mais medo que o Blair Witch.
Outra cache estava situada onde, reza a história, o corpo de Júlio foi encontrado. Depois de atravessarmos uma quantidade considerável de silvas avistámos uma clareira onde estava um ténis “ensanguentado” com a cache. Pobre Júlio, dado o sítio onde foi encontrado, deve ter sido assassinado por uma Júlia Pinheiro desta vida.
Encontrar uma cache no meio de uma considerável quantidade de calhaus não é tarefa fácil. Como pista havia uma foto de calhaus, que não era de todo uma grande ajuda. A queda do telemóvel, que nos mostrava o caminho, entre pedregulhos foi um claro sinal que o melhor era desistirmos. O telemóvel sobreviveu. Foi uma chamada divina.
No final dez caches foram encontradas, o telemóvel resistiu mas o Júlio morreu. Não tivemos direito a sequer uma queijada pela nossa proeza.